Banalidades

8.10.10
Ao ler o diário de Virginia Woolf apercebo-me que nos primeiros dois meses do ano de 1915 a única coisa que ela fez além de escrever, ler, passear com o marido, assistir a concertos e, ocasionalmente, jantar com amigos foi limpar as pratas uma vez. Actividade que descreveu como "uma coisa fácil e proveitosa de se fazer". Também tinha intenção, num dos dias, de coser um vestido que se desfez num dos passeios, mas não lhe apeteceu. Cada vez mais me parece evidente que isto de ter que ganhar a vida a trabalhar é uma tremenda perda de tempo. Ou então, não, é uma forma de não nos suicidarmos aos 50 e poucos. 

Virginia Woolf, Diário, Primeiro Volume 1915-1926, Tradução Maria José Jorge, Bertrand Editora, 1987

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