Choveu

1.12.15

Choveu, finalmente, mas não tenho a certeza que tenha sido o início da época das chuvas. Deu para limpar um bocadinho o ar, pelo menos, e regar o jardim sem correr o risco de ficar sem água. Há falta de água em alguns sítio de Díli. Tivemos de cavar mais fundo no poço para conseguir encher o depósito.
Quando era pequena tinha pesadelos com poços. Agora tenho um poço. Talvez seja verdade aquilo das nossas merdas virem sempre ter connosco mais cedo, ou mais tarde e de uma forma, ou de outra. Mais vale enfrentá-las e pronto.
Espreitei para o fundo do poço e não senti nada. Não é uma metáfora, foi mesmo o que aconteceu. Se calhar é por não ser assim tão fundo quanto isso.

Ontem fomos ouvir o Tito Paris, que veio para as comemorações dos 40 anos da Declaração da Independência de Timor-Leste. O Tito Paris tem uma banda espectacular e é muito bom ouvi-lo cantar. Além disso, parece um miúdo. Deve ser o que acontece quando se vive do que se gosta. Eu ando à procura disso, mas não sei se não me prefiro assim, ligeiramente neurótica, potencialmente alcoólica, desagradavelmente cínica.

Quando ninguém acorda a horas decentes, isto é, até às 6h00 da manhã, o Douro vem lamber-me os braços para lhe ir abrir a porta.
Tornou-se um cão bastante asseado, portanto.

Estou a pensar fazer um calendário do advento, pela primeira vez na minha vida.

3 comentários:

  1. O douro vem lamber me os braços .... Cheguei a pensar que era uma metáfora 😀

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  2. Eu também! ahah
    Beijinhos, Calita. Saudades.
    Joana

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