Poesia, vida e morte

14.6.16

Há momentos na vida em que uma pessoa se vê a fazer coisas deveras estranhas, e nem sempre relacionadas com o consumo de álcool. Um exemplo: cantar o hino nacional, no dia 10 de Junho. Bem, isso não é o mais estranho até porque quase posso jurar que já o cantei, ou trauteei, vá, num europeu de futebol e isso, sim, é de deixar os queixos caídos (ou não, há belíssimas prosas sobre essa paixão pelo desporto rei e apesar de a minha ter sido uma pequena chama que se esvaiu, foi um bonito sentimento. Só voltei a gostar da Grécia por causa do Tsípras, mas não misturemos política e futebol, apesar de parecer tudo a mesma coisa).
Mas como eu estava a dizer, antes do parêntesis, o mais estranho não foi cantar o hino, o mais estranho foi cantá-lo com uma certa emoção e tudo. Uma pessoa emigra e é isto!
Quer dizer, na verdade o mais estranho mesmo foi cantar emocionada pela nação valente e imortal, depois de ouvir o Pátria, um hino contra o imperialismo. Mas as nações são isto: Poesia, vida e morte. Às vezes paz, às vezes guerra. Às vezes fome e sede, às vezes fartura, conforme as colheitas, ou os mercados.

2 comentários:

  1. Continua sempre a escrever que gosto taaaanto de ler..... Mesmo Q muitas vezes haja silencio😊❤️❤️❤️❤️E não te emocionaste também no de Timor? Tive a felicidade de estar aí na independência "não era nada comigo" mas ver a perspectiva de um país se pacificar e crescer esperança é tão poético ..... Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Emocionei-me, claro, o hino de Timor é lindo e apesar de, 14 anos depois, a esperança já não ser o sentimento mais presente, continua muito viva. Não deve ser à toa que se costuma dizer que "a esperança é a última a morrer".
      beijinhos e obrigada

      Eliminar