2016 no hemisfério sul

2.1.16
Eu não sei mesmo o que esperar de 2016, a não ser que seja bom, com todas as merdas e todas as coisas extraordinárias que fazem da nossa vida esta coisa difícil de explicar. É óbvio que não deixei de pedir os meus desejos para este ano, numa mistura de emoção, que acompanha qualquer recomeço, e de cinismo pelo ridículo da coisa (afinal, uma pessoa recomeça quando tem de recomeçar). Mas, ainda assim, imbuída de esperança, porque esse é capaz de ser o sentimento comum a uma grande parte das pessoas do nosso planeta, nesta altura do ano, e eu estou cada vez mais sensível a este tipo de energias. Deve ser uma cena do hemisfério sul...
Enfim, foi boa a passagem do ano e foi melhor ainda o primeiro dia de 2016, com mergulhos de mar, contemplações do horizonte, copos de sangria e mais umas páginas de leitura do livro, que entretanto já terminei.
Só fiquei com pena do rapaz que sentiu vontade de se masturbar quando fui dar um mergulho. 
Eu e os meus dois pequenos rapazes éramos os únicos no mar, naquele momento, apesar da praia estar cheia de timorenses, ainda que afastados de nós. Aliás, nunca tinha visto tantos timorenses na praia. Parece que é uma tradição de ano novo fazerem-se piqueniques junto à costa. 
Portanto, o jovem não se sentiu minimamente incomodado com a presença de crianças e eu achei que o melhor era ignorar, tendo em conta que ele parecia interessado em fazer-se notar, uma vez que havia vegetação suficiente para se esconder. 
Eu sei que isto de andarem para aí gajas em cuecas (no meu caso, à falta de fato de banho, vou à praia com uma camisola de alças por cima do biquíni), quando todas as timorenses mergulham no mar vestidas, mexe com a cabeça dos jovens, mas quer dizer era eu ali, com os meus filhos. Quase me apeteceu ir ter com o rapaz, tipo Diácono Remédios, perguntar-lhe se havia mesmo necessidade. 
Na perspectiva dele, provavelmente, havia. Aqui nem toda a gente tem acesso à internet e a TV censura todas as cenas de nudismo, mas na minha perspectiva ele devia usar a imaginação com outra pessoa. É claro que ele poderia sempre argumentar que eu não tinha nada a ver com o assunto. 
Na verdade nunca fui pedir justificações ao casal que vi a foder numa praia de Portugal, em tempos, portanto, não sei porque haveria de pedir a alguém que fode sozinho.
O que eu sei é que muitos problemas seriam resolvidos, ou evitados, com algum romantismo, chamemos-lhe assim.
A história está cheia de relatos de episódios trágicos provocados por relações amorosas (sexo, portanto): Helena de Tróia e Páris; Dalila e Sansão;  Cleópatra e Júlio César e Marco António; Dom Pedro e Inês de Castro, só para citar alguns (que eu não sou tão culta como gostaria), mas quantos episódios históricos terão sido provocados pela não consumação de relações amorosas? 
Bom, entretanto, acho que me perdi, este não ia ser um post sobre sexo, juro, não sei o que aconteceu. Deve ser uma cena do hemisfério sul. 

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